sábado, 30 de janeiro de 2010

Era uma conversa entre dois amigos iguais a todas que já vimos, ouvimos e morremos sabendo sobre por menores da vida.

Como toda boa estória, ela é contada por terceiros que com certeza contarão os fatos do seu ponto de vista e com suas falhas de memória. A persona a qual me refiro sofreu transtornos nos últimos dias que mudaram sua percepção da realidade e sua concepção de vida, de um ser extremamente cínico e mordaz para uma pessoa amável e lunática.
Entre todos que não notaram sua mudança (alguns por falta de contato, outros por total desinteresse e alguns que nem se importavam!), seu único amigo entre milhões notou suas sutis diferenças e com passar dos tempos seu amor quase catatônico com o mundo. Num dia informal eles conversaram sobre planos, sobre a morte de seu querido amigo “ALulas”, sobre música, artes, filmes e sobre sua tremenda felicidade do amigo com o mundo:

Amigo I: Por esse seu ton jovial e carnavalesco com o mundo?
Amigo II: Nada apenas, apenas... Sinto-me ótimo!
Amigo I: você esta diferente, sorri o tempo todo, parou com suas piadas infames e vive cantarolando canções dos Beatles...
Amigo II: Bem, Beatles nunca é demais!
Amigo I: Mas você esta, além disso, esta quase como outra pessoa...
Amigo II: Bem eu acho que mudei um pouco mesmo, me sinto em total equilíbrio agora, quase como uma intervenção divina pousasse sobre mim e me fizesse ver tudo do lado invertido da verdade e da mentira. Mas tirando isso sou a mesma pessoa!

O amigo se vê entre essa total aberração de seu amigo diante de si... Negar os fatos é um dos fortes dele; pelo menos nisso ele o reconhece:

Amigo I: Ok... Mas por que você esta usando saias?
Amigo II: Eu estou? Oh onde eu estava com a cabeça! Eu perdi minhas calças... AHAHAHAHHAHA “Ela” me emprestou.
Amigo I: Ela quem? (Pausa dramática)
Amigo II: Hum... Bem... Ela uma pessoa que eu conheço só isso.
Amigo I: E quem seria essa pessoa que ti empresta saias quando você perde suas calças? Pessoa de índole peculiar devo dizer...
Amigo II: Uma boa pessoa com certeza. Na verdade a estória é meio complexa para ouvidos de vidro e cera, Mas eu posso tentar me explicar, será que devo? Não sei...
Amigo I: Sou todo latido ao sul amigo, comece e termine sua estória e logo ficaremos saturados de festim da satisfação e sombras de admiração. Continue...

O amigo ajeitou sua saia roxa com detalhes em púrpura, que iam até metade de suas coxas e começou:

Amigo II: Surdez e convicção. Tudo começou numa mensagem de fumaça há três luas atrás, eu estava deitado curtindo o sol e falando sobre a morte de meu querido amigo, que viveu apenas por meia hora quando vi...
Amigo I: Viu o que? (Cara dramática no estilo algum ator famoso de drama)
Amigo II: Ela... A fumaça mais linda do mundo, engolindo o sol sem parar num ritmo frenético; Num frenesi de minha pessoa, me ajoelhei sobre minha fogueira e comecei no mesmo ritmo doentio e curador. Mas cadê o lençol? Droga esqueci em casa... Mas tenho minhas calças e isso vou usar... Por que o momento tenho que perpetuar!
Amigo I: Então usou suas calças... Hum, atitude sensata? Sei não, tem vezes que é melhor engolir o pão do que deixar a peteca cair no chão. E ela valeu à pena?

O amigo deixou o sorriso esmorecer num amargo pesar, que se desfaz e deixa se ressaltar, num gesto brusco e no olhar característico e impar o sorriso largo dele voltou a resvalar:

Amigo II: Não a principio, demorei um pouco para ver a altura do precipício, mas depois de tanto tentar por que não pular? Eu tanto pensei que nunca surtei, apenas imitei, nunca fui apenas me enganei. Por quê? Não sei tem vezes que sinto que nunca devo ser quem eu sou, por que se tentar ser alguém já não será? Qual a diferença entre uma castanhola e um chocalho? Quem sabe...
Amigo I: Por favor, não vamos nos perder em semântica...
Amigo II: Entre o destino e o não destino eu me atirei com golfadas de fumaça meu amor declarei...
Amigo I: Hum... Nada como beijar o céu com a loucura da fumaça...
Amigo II: É deve ser isso, com tanta informação logo marcamos reunião e num acalorado adeus sofremos em vão. Mas não por muito tempo não...
Amigo I: Prossiga, mal posso esperar sua estória acabar, está quase na hora de nos instalar numa caixa de ar.

Com lágrimas em seu olhar o amigo deixou escapar algum trecho que poderemos escutar:

Amigo II: No alto da colina, lá eu deveria estar, com o nariz apontando para o luar... Ela apareceu, num sorriso triangular e com sua boca rosada começou a falar. De cano em cano a conversa acabou em prantos e num segundo olhar, salivas começaram a gotejar.
Amigo I: O rio da soberba impera sobre você amigo, cuidado com o gosto de uma saliva, desse caminho você pode nunca voltar...
Amigo II: Na morte do meu pesar, nasceu a paixão de mil anos sem razão. Com juras de amor ela me mostrou sua dor e junto dividimos segredo de ascensão. No maior dos gestos lhe prometi meu coração e com uma troca de valores lhe pedi um pouco de consideração.
Amigo I: Foi aí que conseguiu a saia?
Amigo II: Sim
Amigo I: Pior que nem combina com a sua camisa...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Tem vezes que me pego com várias idéias de crônicas interessantes, mas que não duraria uma página se quer...

Estava caminhando pela tristeza de noite quando vejo um grupinho de camaradas nada amistosos (como aprendi desde sempre nunca demonstrar medo por que malandro é igual a cachorro, eles farejam o medo). Nisso eles começam a entoar canções de conteúdos violentos tipo “diário de um detento” e esses raps de periferia e a me encarar. Eu tava pensando exatamente em escrever algo sobre essa peculiar forma de intimidação, por que não cantar todo o Cd da Preta Gill ou o último sucesso do calypso? Isso realmente me assustaria! Ou quem sabe se matar no hino do Balão Mágico? Seria realmente de matar! Eu sairia correndo na hora!!!

Outro momento que me faz escrever é exatamente de pessoas que se levam á sério de mais, eu sei que ego é algo sério, eu mesmo sou um ególatra nato, mas mesmo assim conheço certas pessoas que se puxam. Uma coisa é você se amar outra é se idolatrar como se fosse um Deus entre mortais relapsos (falei bonito até), O pior pra min nessas pessoinhas é fato de não saberem rir de si mesmas e se botaram num pedestal de superioridade utópica fálica incrível. Qualquer critica a essa pessoa é rebatida como uma bola de baseball, ou qualquer piada sobre essa é tratada como uma ofensa com sentença de morte. “Não fale de min e de meu ego... Só por que ele é grande e cego não significa que não tem sentimentos! Mãe cadê meu Nescau? Eu preciso da minha mamadeira... ás vezes eu falo sozinho e pior nem respondo minhas perguntas!

Tem momentos que escrever é como um estupro mental, eu acho que escrever canções me deixou burro literalmente, cada vez é mais difícil escrever num formato que não termine em rimas ou refrões pegajosos, perdi minha veia literária! Bem pelo menos eu vou tentar algumas vezes... Mas tem coisas que são assim... Pena que o meu fluxo de idéias nunca termina.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Hoje no tédio do meu lar resolvi escrever sobre composição (Ah não! Ah sim!)

Eu me lembro quando tinha 15 anos e mal conseguia desenha um “C” (ou “Dó” pra alguns) no braço da guitarra. E ficava intrigado ao ver Jerry Cantrell do Alice In Chains detonando na guitarra! Ele tinha tudo que eu com queria ter: fluidez nos solos, (e o mais importantes) riffs magníficos e nem parecia estar se esforçando. Então lá estava eu fascinado por músicos incríveis, mas acima de tudo compositores, com esse objetivo mesmo eu não sabendo que isso seria uma grande parte na minha vida...
Na verdade meu desenvolvimento demorou bastante e foi “roubado” de muitos a qual eu admiro. Tipo coisa básica de quem começa, mas com o passar do tempo eu comecei a ter uma noção. Tudo realmente começou no meu aniversário de 16 anos onde fui presenteado com um gravador Sharp com umas cinco mini-fitas, com uma hora em cada fita eu tinha muita coisa pra grava, na verdade não! Há um ano eu tinha idéias, mas nenhum meio de arquivar elas e agora tinha... Mas como nunca tinha gravado eu tocava e esquecia, então era isso! E eu me perdi aqui... Há é! Sim, naquela madrugada depois de fica tarde toda futricando no gravador e gravado algumas coisa bem inúteis por sinal, eu consegui compor uma música baseado numa introdução de uma música do Nirvana (Aneurysm), mas que no meio mudava de ritmo e ficava completamente psicótica e totalmente sem sentido, a parte “sem sentido e psicótica” é apenas eu, alias servia pra mostrar meu estado de espírito na época mesmo não tendo letras. Bem sem querer me aprofundar muito nas minhas descobertas autorais eu vou adiantar um pouco, a primeira fita eu demorei um ano pra gravar inteira, depois começaram ser ás duas fitas por ano o que significava que eu teria que apagar algumas por que eu só tinha cinco!!! O pequeno gravador Sharp (eu não estou fazendo propaganda) foi usado mais ou menos até 2006, começo de 2007 talvez... Agora eu já compunha minhas letras e tudo mais, mas nem cantava até por que com gravador naquele tempo eu só tinha guitarra e nem tinha como cantar junto e por que morria de vergonha! E com letras daquelas devia ter mesmo... Quando adquiri um PC eu pude começar a gravar em canais separados, o que pra min “uau era tudo!”, com mais de 100 canções (Não disse que eram são 100 canções boas, na verdade eu gostava de umas 10 no Maximo...), algumas com letras e outras instrumentais. O lance de gravar em canis é muito legal, quando você começa não se sabe realmente o que fazer, mas depois que se pode ouvir todos os instrumentos juntos e ver que foi você que fez isso, é uma sensação de outro mundo. Mas voltando a composição, minhas letras foram de coisas diretas, coisas sem sentido, infantis, depressivas ao non-sense indireto de hoje em dia, odeio escrever de forma reta ao alvo, prefiro dar pano pra manga, você pode ouvir a palavra “batata”, mas que tipo de “batata” ele está falando? Aí essa parte vem de ti, ás vezes acho que o compositor ele só serve pra evocar imagens no ouvinte, o sentido vem de ti, não do autor em si. Em questão do meu lance de guitarra, eu me acho horrivelmente péssimo como guitarrista e também por que sou meio preguiçoso pra ficar praticando (Eu realmente tentei, mas me sentar e fica dedilhando escalas não é pra min!), então nisso eu acho que faço tudo do jeito errado, eu nunca tento emular som de ninguém, em vez disso comecei a desenvolver o meu, o que do meu ponto de vista vale mais do que ser uma copia! E no mais que pude desenvolver foi minha total falta de comprometimento a qualquer estilo, posso tocar da forma mais pesada a mais suave, na moral ultimamente tento ser o mais suave possível musicalmente.
E depois desse texto entediante sobre um assunto que só interessa a minha pessoa e na tentativa infrutífera de matar meu tédio. Só tenho a dizer...

domingo, 3 de janeiro de 2010

Sobre mascaras de álcool a introspecção de minha vida social em duas páginas

Recentemente tenho meio que reencontrado alguns colegas dos tempos de escola por Orkut ou por vistas em lugares remotos da cidade. A maioria segue aquela tradição básica “terminei o secundário, cursinho e faculdade” ou “trabalham em empregos que odeiam só pra poder manter ás festas do findi “. Realmente um cliché me perdoe à palavra, Mas não é sobre isso que eu desejo escrever...
Interessante pensar que de forma instintiva eu evitei os nichos “populares” nos meus tempos escolares, em suma por causa da minha timidez (Mesmo que hoje em dia ninguém acredite que já fui tímido...) e também por realmente ter pavor desse tipo de pessoal que se dá bem com todo mundo e tem que manter uma máscara social e normalmente humilham qualquer um que não sigam ás regras deles. Quando estudei no Três de Outubro, eles viviam em grupo de 10 á 15 pessoas, e viviam basicamente de uma etiqueta de dar “beijinhos” em garotas (Não que eu não desejasse fazer isso também...), jogar futebol e destruir a pirralhada da quinta série abaixo. Tudo muito básico e bonito e divertido se você se conformar em ser uma pessoa vazia, fútil e na minha concepção meio retardada. Eu por outro lado (me lembro de começar a ter amigos mesmo a partir da quinta série) preferia aquelas pessoas meio rejeitadas tipo os “CDFs “ou “nerds” (chame como quiser...) da turma, não que eu fosse um deles (Eu me esforçava pra ficar na média e normalmente passava raspando...), mas tipo eles eram legais, normalmente sem poses ou pretensões de ser mais que todo mundo, até por que eram normalmente humilhados e entendiam meu humor (meio contido na época por causa da minha timidez, obesidade mórbida e baixa estima). No secundário eu me vi em ambas as situações, nos meus primeiros anos fiz parte da turma de “descolados” do colégio (principalmente quando estudei de noite), por um tempo foi legal (não vou negar), mas depois de um ano ficou desgastante, era sempre igual: Falar sobre mulher, encher a cara e tentar pegar as minas! (No meu caso eu só tentei... Infelizmente é verdade). Alias, eu botaria “encher a cara” em primeiro lugar, meu primeiro ano no Padre Réus bebi tanto que não tenho quase nenhuma lembrança de orgulho dessa época, na verdade hoje sinto que tudo foi uma tremenda perda de tempo (deve se por isso que reluto tanto em beber ou talvez não tenha nada a ver!!!o que eu sei sobre isso...). Bem quando tudo virou porre quase que eterno com poucos momentos de amizade, eu acabei me fechando e tipo evitei todos esses seres superficiais que faziam ronda no meu círculo de amigos. Por uma questão idiota sai da turma e mudei pra uma onde não conhecia ninguém, em parte por raiva de certas pessoas que não vou citar nomes e raiva de min mesmo por ter sido de certa forma ou como me sentia no momento ter sido enganado por eles e aquele bla bla de paranóico no qual eu costumo discutir comigo mesmo. Como de costume fiquei ás primeiras duas semanas sozinho perambulando pelos corredores como uma alma penada e tendo que aturar ex-colegas me dizendo como os tempos antigos eram ótimos e aquela babaquice de pessoas que se apegam ao passado. Eu só sabia que queria me afasta de todos e ainda tive a decepção/orgulho de ver alguns “amigos” me rejeitarem por completo. Como sempre acabei encontrando algumas pessoas com quem poderia conversar e chamar posteriormente de amigos. Isso aconteceu no terceiro ano e mesmo que hoje em dia eu só tenha contato com alguns, e só considere um ou dois, foi legal! Não tem muito que se dizer sobre isso eu simplesmente achei pessoas com ás quais eu posso perder meu tempo, só isso!
Eu sempre achei que um ciclo de amizade consiste em basicamente em troca de experiência e principalmente de informações culturais (No meu caso música, filmes, livros e arte em geral). Há e claro aquele sensação de poder contar com aquelas pessoas em especial, não que eu seja uma pessoa melosa em relação a amigos, mas é mais ou menos assim que eu vejo.

Cretitos do titulo é do meu amigo Luís Eduardo...