quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Campos de papoula no Ártico

Ela chega atrasada na parada do ônibus, a fila que passa de cinquenta pessoas, cansadas da jornada diária de trabalho. Passa na roleta, paga a quantia absurda que rouba boa parte do seu salário todo mês e vê que como em toda sua vida não consegui parar de sorrir, talvez algum trauma de infância, quem sabe alguma maneira de lidar com o stress, difícil dizer. Com sorte se senta no banco na frente do cobrador encarando a face entediada dos passageiros, arranca uma maçã da bolsa e a mastiga com atenção. Seus olhos param num homem relativamente obeso que parece ter seus 24 anos mais ou menos, camisa social de mangas curtas cinza (notasse uma mancha de caneta vermelha, acima do bolso no lado esquerdo), barba de mais ou menos duas semanas, sob o rosto um nariz torto. Ele sorri e a olha fixamente para janela e ocasionalmente para ela. Termina de comer sua maçã meio que hipnotizada por ele, pensando: “Essa figura esconde alguma coisa, sempre desconfiei de pessoas que sorriem demais e a encaram com seus olhares cínicos. Provavelmente algum estuprador intelectual, daqueles que firmam suas bases em fontes como wickpedia e toda essa merda que vemos na internet. Odeio esse lixo de pessoa, ele parece tão metido, do tipo que olha ás pessoas de cima para baixo. Tímido demais para flertar diretamente comigo, pena para ele que tenho visão periférica”.

Aos poucos sente seus olhos descendo, esta com muito sono, cansada do trabalho, da vida e da humanidade (pequeno exagero filosófico). Mas ela teima em não se deixar adormecer, mas a cada solavanco se acorda como se estivesse sido extirpada de algum sonho, sua visão se fecha no sorriso do homem, como no desenho da Alice (no país das maravilhas), aquelas teclas amarelas dançam na sua visão a puxando para um labirinto que não pode escapar.

- Acorda “Alice”...

A voz a chama no escuro, estranha e de certa forma familiar, ao fundo ela ouve a conversa de várias vozes. Não entendendo uma única palavra, como se fosse outra língua, mas sabendo que é sobre ela. No máximo ela é só uma consciência nesse vácuo negro de cochichos, não tem poder nenhum, ou sequer a sensação de um corpo, apenas uma presença.

- Não que eu não adore olhar você desse jeito tão indefesa e linda, mas sabe... Eu só posso ajudar se você acordar, o caminho é longo e creio que dependendo de suas atitudes, vai ter um longo descanso depois.

Ela desperta como se tivesse levado um murro forte no rosto, visão embaçada, desorientada, ônibus vazio, completamente vazio e uma iluminação de hospital que chega a cegar. Ao seu lado o simpático semi-obeso sorri sem mostrar os dentes, tentando se mostrar amigável.

- É sempre divertido ser acordada por estranhos né? Não precisa responder... (ri de forma engasgada, sugando saliva, som similar a de um porco). Bem é nessa hora que te estupro?

É difícil dizer se foi uma piada, ou não. Se foi, não teve muita graça, eu acho que ele notou. Por que olhou para baixo como criança que disse o que não devia, até fica bonitinho assim...

- Ok, ok, ok... Há eu deveria ter deixado essa piada de lado há muito tempo, um dia ainda vou pagar pelo que digo. De certa forma já paguei, ou estou pagando ainda? Não sei...
Mas chega de falar de mim mulher, bem eu sou o que chamam de acompanhante (não do tipo sexual infelizmente) e sim aquele que vai te levar para o próximo “julgamento”, o pra valer. O “pré” que você passou nesse momento, sabe ás “vozes sem sentido” é apenas o começo.

Ela o encara, contorce todo corpo pensando o quão babaca ele é se achando engraçado num momento que provavelmente nem ele sabe o que significa, sem forças e indefesa perto desse fanfarrão. Mas algo a impele a pular em cima dele com ás mãos em sua garganta enquanto grita coisas sem sentido e tenta chutar suas partes baixas ao mesmo tempo (procedimento padrão feminino). Para um babaca gordo ele é bem rápido, girando o corpo ele a derruba no chão (estranhamente não sente nenhuma dor) e põem o pé contra suas costas a imobilizando.

- Olha isso é tão divertido para mim quanto para você! Acho que você claramente não tem o mesmo humor que eu nessa situação. Mas como ia dizendo, nesse exato momento a senhorita esta passando pelo estagio de desencarnação, vulgo deixar o corpo e suas neuroses para trás. Aqui nesse mundo eu sou tão perigoso para ti quanto você é para mim, então podemos nos sentar e conversar como adultos?

De cara contra o chão espelhado do ônibus, ela olha indiretamente para os seus olhos castanhos, pela primeira vez sentindo uma simpatia por ele. Jogando o cabelo para cima com a intenção de tira-lo do rosto, encarando o, acena levemente. Aos poucos ele tira o pé de suas costas e se afasta e se senta no banco da frente, esperando calmamente. Conforme ela se levanta, ele olha para o pulso sem relógio e finge estar impaciente (continua sem graça).

- Bem, agora que nos conhecemos melhor (da uma leve piscada e sorri maniacamente). Deixe-me explicar nossa jornada, esta vendo esse belo busão branco nos levando “através do nunca”? Sim, minha dama isso é sua ultima visão do mundo terrestre, “transporte público”. Não é das melhores, mas poderia ser pior! Sugiro que não olhe para a linda paisagem ao lado, se for muito apegada a coisas mundanas, sabe tipo “vida” e coisas do tipo...

Pelas janelas ela via passarem conquistas, derrotas, traumas, amigos, seus familiares, ídolos, planos, sonhos, lugares, etc. Tudo emoldurado num quadro dividido entre presente, passado e futuro.  Num ponto ela observava como seria sua vida se tivesse encontrado o amor da sua vida. O homem entorta o pescoço olhando com pouca simpatia.

- Sempre acho divertido isso, todos nós temos isso na nossa linha do tempo. Sabe a “alma gêmea”, ou talvez o que achamos que seja. Sabe minha teoria? Eu acho que é uma ilusão, ou o quão sádico seria o nosso “Deus” nos deixar ver isso? Logo após saber que nunca poderemos encontrar essa pessoa, eu acho...

Encarando seus all stars vermelho, ele desaba sobre os ombros de cabeça baixa, mas logo um sorriso macabro assombra seu rosto escondendo toda dor que parece sentir, voltando com o seu cinismo inicial. Ao lado passa toda sua vida através dos vidros, rápido como um sulco arranhado de um vinil, mas ao mesmo tempo compreensível e nostálgico. Isso a faz pensar no que há pouco tempo chamava de vida, tudo passou tão rápido, ser usurpada assim sem ao menos ter chance de se despedir. Não era justo!

De repente o visor do ônibus indica “parada solicitada”, com uma leve parada a porta se abre. Na porta uma menina de cabelos escuros, um vestido azul claro e all star preto nos pés, o cabelo solto, na altura dos ombros. Sorrindo e emanando uma felicidade genuína que a chamava (não verbalmente, mas sim na cabeça dela), cada vez mais forte e mais tentadora, levando a algo conhecido que havia perdido. Levantando-se, a cada passo em direção à menina que um dia foi e de certa forma ainda esta ali. Quando estava preste a alcançar a mão da menina, algo a jogou contra a parede com força, o impacto a atingiu como se tivesse quebrado todos os ossos, juntando forças para se levantar e correr. Sentiu um soco no rosto a derrubar de novo, levantando o rosto para ver o que a atingia um chute certeiro na boca à fez cair, a sensação de ter perdido todos o dentes a fez parar. Na sua frente uma figura all stars vermelhos, calça jeans preta e camisa social cinza e o rosto demoníaco.

AS LUZES SE APAGAM.

Cegada novamente pelas luzes fortes, o pouco que via dava para notar que o “busão’ estava em movimento de novo, porta fechada e ás imagens da sua vida passando pelas janelas de forma mais distorcida. A figura demoníaca sumira. Por algum momento se sentiu extremamente sozinha e como se tivesse perdido algo muito importante, algo que queria ter, mas no fundo sabia que sua posse era passageira, mas mesmo assim queria encapsular aquilo para sempre. Ouviu uma voz suave vindo do banco onde estava sentada, ele permanecia como se nada tivesse acontecido, falando amigavelmente com ela.

- Esse é sempre complicado, sabe...  A infância, a minha não foi tão divertida. Adicione pai ausente e irmão mais velho torturador. Mas sempre me pergunto se na minha vez, não fiquei tentado também. Quando se envelhece a infância é algo que sentimos falta. A ingenuidade e inocência de cada momento ser único, até ser destruída por tudo que nos rodeia. Nada fica puro por muito tempo, mas não me ache amargurado nem nada, só curto a ironia.

Ele olha de forma debochada, tentando esconder o que sente de novo, mas sabendo que é perda de tempo. Levanta e calmamente vai à direção do corpo que se encontra no chão encostado na parede e estende a mão. Ela baixa o rosto tentando visualizar ás hematomas que não existem, os dentes no chão e olha de volta. Não há remorso e nem culpa no rosto, como se fosse algo que deveria fazer. Ela se levanta sozinha e caminha calmamente para o banco onde estava, ele a observa constrangido, mas não parecendo se importar muito, a espera sentar e volta tentando assobiar uma canção que lembra uma melodia dos Beatles. Os dois ficam em silencio por alguns momentos, que na realidade parecem ser uma eternidade.
Vendo que ela não pretende falar, ele tenta articular alguma coisa para chamar a atenção “ela ficar olhando para o que foi a vida, não ajuda muito durante a passagem” (resmunga).

- Existe um compositor (ou pelo menos existia) que escrevia muitas músicas, mas muitas mesmo. Igual a um “serial killer” se me entende? Ele sempre quis ser músico, mas de certa forma nunca poderia ser, suas canções eram muito pessoais para serem divididas. Talvez fosse sua natureza muito critica que o limitava, ou o fato de que quando compunha uma canção nunca pensava muito no que ela significava no momento, era como se fosse um pedaço de carne exposto, cru e vivo demais para digerir. O que sempre me chamou a atenção nas obras dele era como ele juntava algo simples a frases que não tinham sentido algum aparentemente. Uma vez perguntei: Você não sabe explicar nenhuma das suas letras? Ele respondeu: “Não na hora, mas depois tudo faz talvez sim.” Nunca entende o que ele quis dizer, mas agora eu acho que sei. Tem coisas que só ganham sentido depois, sabe quando se olha para trás, como só se tivesse sentido no final de toda obra estar montada, igual a um quebra-cabeça. Muito dos versos que ele pôs no papel eram só rimas, coisas que soam legais junto, mas o inconsciente dele dizia muito mais, ele não tinha controle sobre isso. No fundo a vida é assim, uma obra inacabada e imperfeita.

O ônibus parou dessa vez sem fazer barulho nenhum, a porta se abriu e através dela ela via um vácuo que não poderia ser definido, onde se encontrava tudo o que deveria ser e não ser ao mesmo tempo. Um borrão que formava um universo inominável. Ele acompanhou os olhos dela se perdendo na coisa e apenas sussurrou.

- A primeira vez eu seguro, agora você esta por ti. Esta vendo aquela coisa sem forma? Diremos que ela uma armadilha continua, sem passado, presente e nem futuro que prende sua alma nesse stato quo. O fato de não ser nada e ao mesmo tempo ser tudo é interessante, mas ouvi falar que o fim da linha é bem melhor, talvez todas suas respostas estejam lá, ou talvez não. Mas só tem um jeito de saber.

A coisa tomava formas, mas nunca se definia, seduzia com tantas dimensões que era difícil dizer em qual se poderia embarcar. De certa forma se alimentava de quem a olhava, pegando todos seus desejos e condensando em um, a coisa a encarava sem dizer nada com coisas que não pareciam olhos e ao mesmo tempo sim. O “acompanhante” a olhava com um olhar divertido, ele falou da coisa, mas em nenhum momento olhou para ela diretamente (quase que como a temesse também), sorrindo fez sinal que faltava pouco. O ônibus fechou a porta, mas não entrou em movimento, estático, sem imagem nas janelas, escuridão absoluta. E do nada, eles estão caindo numa velocidade que a fazia subir até o teto, menos ele que a olhava com um olhar curioso, ela sentia que a queda estava cada vez mais próxima e não havia nada a fazer. Ele se levantou e a olhou de forma perversa como se estivesse enlouquecido com a queda e começou a rir cada vez mais alto, e mais alto a ponto de a risada ser a única coisa no ar.

AS LUZES SE APAGAM.

 - Eu sempre gostei de um pouco de drama, vai dizer que o meu lance agora não ficou bem parecido com Gene Wilder no filme A fantástica fabrica de chocolates? Eu não precisava fazer isso, mas achei que daria um toque mais atraente. Só não recitei um poema por que seria meio exagerado, ainda mais que durante toda minha vida, poesia não foi um dos meus fortes, mas chega de falar de mim. Gostou do visual?

O ônibus tinha um aspecto vitoriano, se é que era um ônibus, parecia mais um trem de época, provavelmente século XIII. Papel de parede verde escuro em contraste com ás janelas de madeira, no lugar de vários bancos havia luxuosas poltronas marrons de couro sob uma tapeçaria vermelha escura. Em cada canto do vagão havia uma luminária com luz amarela exceto o direito onde estava o lugar do cobrador havia um bar com um barman de calças sociais preta, camisa branca e colete vermelho com gravata borboleta feito de cartolina em tamanho real. O gordinho parecia se divertir com a cara dela.

- E dizem que “Deus” não tem senso de humor... Ok, isso é meio estranho vou ter que assumir, mas depois que se esta há algum tempo aqui tudo parece normal. Menos aquele maldito barman que nunca me servi um drink! Mesmo que eu não beba seria bom de vez em quando. Estamos quase no final, que tal mais uma estória? Já conheceu alguém que vinha e saia da sua vida? Um amigo ou qualquer coisa parecida. Aquela pessoa que poderia estar há anos afastada, mas toda vez que se encontravam era como se tivessem se falado noutro dia. Eu conheci uma garota assim, sabe como se fosse para ser “a”, mas nunca foi. Quase como algo que devia encaixar, mas por alguma razão não encaixa, te deixa com duas peças solta e você sabe que no final cada peça vai se perder e não há nada que possamos fazer, todos estamos fadados a percorrer um abismo solitário sem fim.

O trem parou como um certo esforço, como se estivesse realmente nos trilhos, a porta do vagão se abriu lentamente revelando várias pessoas caminhando de lá para cá numa tela escura, rosto pálidos e cabisbaixos parecendo extremamente preocupados, ninguém conversava ou parecia notar a presença um do outro (sozinho entre milhões). O homem sorriu e se levantou calmamente, se espreguiçando durante o caminho ele assobiava os acordes iniciais de “Imagine” de John Lennon, antes de sair ele virou.

- Bem esse é meu ponto, daqui você esta sozinha, mas nada tema guria. Diferente de mim é apenas por algum tempo. Mas vamos dizer que não aprendemos algo hoje? Eu não sei bem o que, por que toda vez que meu tênis toca esse chão canceroso é como se nada tivesse acontecido. Eu volto para meu quarto, pego meu violão, escrevo algumas músicas e as contemplo por um tempo, tento entende-las, mas não consigo. Eu diria “até mais”, mas você sabe...

Ela sorriu para ele pela primeira vez, provavelmente por pena, mas ao mesmo tempo intrigada pelo que eles haviam passado até ali. Mesmo que perda a companhia de um cara tão irritante, ia sentir falta dele. Até mais do que deveria, depois de tudo isso. Ela sentia que preferia estar com alguém que não conhecesse do que ir para um lugar que nem sabia o que era. Assim que ele pisou na tela escura, caminhou como se nem tivesse saído de dentro do vagão.


Ela olhou inquieta, não conseguia aguentar a solidão, mesmo que fosse por tão pouco tempo. Algo no corpo dela dizia para correr atrás dele, ela tentava resistir, mas até ali, ele havia sido seu único amigo, que a protegeu dos demônios e dela mesma. Quem iria protegê-la no final disso tudo? A porta começou a se fechar lentamente, e ela via a figura corpulenta cada vez mais longe, entrando no mar de espectros, passando por eles e chegando ao fundo da tela. Num segundo ela estava correndo em direção à porta, com toda velocidade que podia correr, pensando em alcança-lo e dizer o quanto queria lhe fazer companhia, ser sua amiga e nunca deixa-lo sozinho. Assim que pisou no vazio todos desapareceram, os fantasmas, um por um foram se apagando a sua frente até chegar ao seu acompanhante que sumiu como uma estrela cadente no céu negro e ao virar para trás o trem havia partido.





quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Meu "EU" descrito porcamante por mim mesmo

Existem vários tipos de “Andrés” dentro de mim, não exatamente uma pessoa dentro de mim, mas sim personalidades. Uma mais interessante que a outra por sinal e ás vezes não. Bem, eu queria ser uma pessoa mais direta e menos confusa, preto e branco sem esses tons de cinza que sugam minha sanidade, mas fazer o que!

Tem o intelectual que adora banca o sabichão sobre qualquer coisa, muitas vezes inventando fatos; O mal-humorado que qualquer coisinha besta incomoda, onde todas as pessoas parecem ser tão idiotas, ondo tudo dá errado e parece conspirar contra; O tímido que foge das atenções de todos, não por que se acha superior nem nada, mas sim por que acha que ninguém devia perder tempo pensando nele, sabe... Ele não é nada demais e tem pessoas mais interessantes no mundo; Há o esnobe que acha que é superior a todos, os que não entendem não vê sua grandeza nesse mundo, mesmo com pouco espaço de vez em quando ele aparece para assombrar a minha cabeça; O neutro que prefere não se envolver e ficar na sua, procura paz de espirito na conveniência e no conforto: “ás pessoas e o mundo são assim por que tentar muda-lo?” Esse é seu lema; O intolerante que não entende por que tanta injustiça nesse mundo, não entende por que teimam em errar se o certo é tão obvio, que não entende por que tanta hipocrisia de não querer se envolver e ficar preso no seu mundinho; O hipócrita, aquele que adora quebrar ás palavras o que os “outros” disseram, não vendo que isso vai cobrar o preço com passar do tempo; O depressivo que não vê esperança em nada; O paranoico que teme por tudo e por todos; O cínico onde o maior prazer é ser mau e desnecessário com suas piadas e comentários de mau-gosto; O criativo que aparece em músicas textos e desenhos maus feitos; O fresco que adora designe de interiores e programas de moda & comportamento; O histórico que fica os sábados entediantes grudado no history channel; O infantil que adora desenhos e coisas nostálgicas da infância; Há o nojento, que é bom não comentar... Deixe a sua imaginação fluir; O educado, que esfrega seu sorriso na sua frente, mas nem sempre é o que aparenta; O feliz que por alguma razão se sente bem, mas teme se sentir mal, por que tem a neura que nada fica bom por muito tempo; O profissional que é teimoso em seguir regras sem exceções; O romântico que não sabe se expressar e vive escondido por que tem medo de se mostrar e bancar o babaca; O desastrado sexual que não sabe o que faz, mas finge bem; O social que tenta ficar de boa com todo mundo, mas na real não se importa e sim com alguns poucos que conta nos dedos; O falso que finge não se importar com nada, por que sabe que isso afeta mais ás pessoas, mas quem sofre no final é ele; E finalmente (eu acho) temos o que sofre de remorso por todos eles, pelas decisões, ações ou não ações, ele tem bastante espaço em mim, mas estou tentando me livrar dele, certos hábitos são difíceis de perder.



sábado, 31 de agosto de 2013

Sessão nostalgia Volume 1

Aqui tem uma seleção de canções antigas que amo.
Vou me limitar as mais bregas, mas mesmo assim boas (eu acho...).








domingo, 14 de julho de 2013

Floodgate - Penalty

Esse disco embalou muito minhas revoltas adolescentes, mas deixa para lá. Floodgate é uma banda desconhecida que lançou só um disco e incrivelmente saiu aqui no Brasil ainda! Filho direto das minhas andanças por sebos de cds. Vou admitir que a capa é horrível, mas quando ouvi a primeira faixa tive que conseguir essa perola e ela me enganou na primeira audição, mas vamos aos poucos.

Abrimos com “Shivering” e sua bateria solta que conduz a riffs pesados e a vocais arrastados ala Alice In Chains, canção cativante que gruda na cabeça; Assim que entra na “Through My Days into My Nights” o clima do disco muda, deixa o grunge de lado e põem som mais metal, deixa os vocais ‘Alices’ para um mais forte; “Before the Line Divides” tem um quê de new metal na introdução que me desagrada um pouco, mas temos bons vocais e uma letra boa até; Outra puro creme de peso, “Those Days” poderia muito bem ser uma faixa de qualquer disco do Pantera, muito bons os riffs, vocais brutais e uma batida que fica martelando no cérebro; Temos uma batida mais corrida em “Till My Soil” que volta um pouco daquela vibe grunge; A balada do disco, “Whole” tem todo aquele lance acústico que vimos em canções do Alice, mas tem algo há mais que faz uma diferença, realmente não sei o que seja mas é foda; Eu não nego que “Second Guesser” me lembra muito Nickelback (sabe a fase boa deles, que se resume praticamente ao primeiro disco) nos primeiros segundos, seria um Nickelback, mas mais injetado de testosterona; Um dos melhores riffs que já ouvi, “Running With Sodden Legs” ainda tem um vocais inspirados que te sugam para cada sessão da música; Bem aí temos duas faixas que são legais, mas parecem meio sem inspiração diante do resto. “Imitation Salvation” tem alguns lances Alices legais, mas não gruda. “Feel You Burn” é bem sei lá, tem um certo humor nos riffs que difere do clima pesado das outras faixas. Ou seja, o disco poderia existir sem essas elas; E finalizamos com a épica, “Black With Sin”. Da intro Sabbathiana aos riffs Panterescos adicionado a vocais poderosos e um final arrastado que Jerry Cantrell aprovaria.

A banda não durou muito, ás vezes eles se reúnem de vez em quando para tocar (há alguns vídeos no youtube), mas ironicamente nunca mais lançou nada, tem algumas faixas pela net, mas creio eu que são sobras, e não são nada demais, mas mesmo assim interessantes.












Bonus

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Jon Brion - Meaninless

Jon Brion é cantor, instrumentista e compositor de trilhas sonoras (ganhou o Oscar por Brilho eterno de uma mente sem lembranças). Também produziu Evan Dando, Elliot Smith, Fiona Apple, Sean Lennon e (até) Kanye West. Mas não vamos nos prender a apenas o currículo do cara, o seu primeiro e (no momento) único disco solo é bem irregular, mas vale uma audição, tanto pelos arranjos quanto pela bela voz.

O néctar se encontra nas seis primeiras faixas, o começo inocente de “Gotta Start Somewhere” com belos ornamentos de violões que se aliam a uma bateria explosiva no refrão e fechando numa catarata sonora no final; A bateria eletrônica de “I Believe She's Lying” ainda me incomoda, mas os vocais, tantos os de apoio são muito bons, tem cacofonia eletrônica que gruda na mente; “Meaningless” é total rock ala 60, emula bastante de The Who e Kinks; Essa é muito John Lennon, “Ruin My Day” tem todo o cinismo e sarcasmo do mesmo, ainda mais com uma instrumental puxada para piano e alguns embelezamentos de cordas; O clima de bar do piano e os vocais que lembra um cruzamento de Harry Nilsson e Beatles em “Walking Through Walls”. Muito bom também a inclusão de outros instrumentos, mas o que predomina é bela melodia das vozes; De longe o destaque do álbum, “Trouble” tem toda melancolia meio Elliot Smith com senso de produção de Jon, liricamente rica e dúbia sem contar os duos de voz a cada versos.

Bem aqui que o álbum dá uma caída, não em questão de qualidade, mas sim de carisma. Mas como posso explicar, para mim a audição de um disco é como uma montanha-russa, o lance da preparação da emoção rumo ao topo, o medo da descida, o alivio de chegar ao final e assim por diante. O que acontece a partir é como se andasse em linha reta, canções muito introspectivas que são legais em seus detalhes, mas não tem o mesmo gancho que ás outras. Dentre elas: “Hook, Line and Sinker” (bons licks de violão e um verso pegajoso), “Dead to the World” (instrumental interessante e vocal semelhante aos trabalhos de Sean Lennon), “Her Ghost” (extremamente estilo Beatles), “Same Mistakes” (outra na linha de Trouble só que apenas voz e violão) e finalizamos com “Voices” (vocais ala Beach Boys com sons costurados em volta dos acordes de piano). Mas mesmo assim, é um bom disco, no formato que para mim parece se impor a um Lp, o tom pop intimista pegajoso no lado a e o lado b bem mais reflexivo, mas para quem curte bons arranjos e composições é uma boa pedida.
















quarta-feira, 26 de junho de 2013

Seether - One Cold Night

Eu não nego que só conheci o Seether por causa da balada “Broken” com Amy Lee nos vocais, não desprezo essa canção que de certa forma foi uma jogada de marketing da banda que aproveitou o sucesso Evanescence, mas mesmo assim era boa (ainda mais no ano onde tínhamos alguns lixos plastificados no top hits como sempre). Talvez por isso eu tivesse algum preconceito com o grupo, me lembro de ter baixado um ao vivo deles na web e achei o som muito saturado com gritarias desnecessárias, e larguei de mão deles por uns dois anos. Navegando pelo youtube me deparei com o acústico deles, sempre achei interessante ouvir bandas que abusam de distorção nesse formato, normalmente prevalece mais a melodia e ás composições, verdadeiro teste para ver se a banda é boa. Temos exemplos de boas grupos que ficaram ótimo nesse formato, na minha lista eu destaco Alice In Chains, Nirvana, Metallica (Não que haja um official, mas tem vários bootlegs legais!), Foo Fighters, Pearl Jam, Stone Temple Pilots e Seether, no momento por que nunca se sabe o que pode vir mais (o do Korn também ficou interessante, mas não ouvi ele inteiramente).

O Seether me surpreendeu com belas melodias e alguns gritos ocasionais, mas a maioria em sua forma contida preservando um formato mais agradável ao ouvinte e envolvente com um teor lírico altamente pessoal. “Gasoline” ficou numa forma mais rústica com ênfase nos vocais inspirados de Shaun. Gostei muito por eles terem optado por um refrão cantado num tom mais forte em vez de se esgoelar como é na versão estúdio, e os violões dão o tom mais pesado sem ter que apelar para distorção, na verdade até embeleza mais em vez de mascarar cada nuances dos riffs; Os vocais chorosos e dedilhado hipnotizando de “Driven Under”, nossa que letra foda e o refrão que não ficou sujo e destacou os vocais, outro nível de qualidade em relação a original; O riffs de “Diseased” é legal, o verso tem um tom bem comum, mas o que a faixa tem de bom é o refrão, cumpre seu papel; É muito bala notar que o público não reconhece “Truth” antes do versos iniciais, mas voltando é outra que tem vocais muito bons, onde a interpretação de Shaun se supera; Eu sempre que ouvia pensava: ‘Parece Nutshell do A.I.C. pacas’. Pesquisando fui saber que “Immortality” é um cover do Pearl Jam (Não sou exatamente um conhecedor da discografia deles ainda...), musicalmente não é nada demais, fica bem no conceito show e só; Bem, “Tied My Hands” é outra que segue a linha de Diseased para mim, boas e grudam com ótimos refrões, mas não passam disso; Eu adoro o odor pop de “Sympathetic” que vem dos versos ao refrão culminando com emocionante parte intermediaria, sério, é pop, mas tem uma qualidade do caralho, sem soar falso, algo raro hoje em dia. De novo destaco o lance acústico melhorou muita a faixa, olha que estou tentando evitar, mas todo esse disco me mostra isso; Em “Fine Again” de novo temos ótimos vocais e interpretação sobrenatural no refrão; “Broken” é o hit, mesmo a versão com Amy Lee se nota a qualidade liricamente e musicalmente da mesma, mas prefiro anos luz essa versão; “The Gift” bom refrão, mas não me emociona tanto quanto ás outras; Essa talvez seja a única que curta tanto a versão de estúdio quanto a acústica, “Remedy” por si só tem bom verso e refrão, além de um riff foda pacas; E finalizamos com “Plastic Man” com só shaun no palco, bom lance de dedilhado e refrão bem soturno;

Como já disse, na minha opinião o Seether deveria ser uma banda acústica, nada contra o pós-grunge ao qual eles são conhecidos, mas o som fica tão mais maduro e definido, sinceramente a enchente de distorção que permeia ás faixas não me agrada muito (talvez o Disclaimer II e Karma and Effect sejam os mais audíveis). Não estou dizendo que são ruins, mas é muito melhor nesse molde desplugado.



sexta-feira, 7 de junho de 2013

Whisper Symphony - The Same Old Sad Music [2013]



Demorou um tempinho mas consegui finalizar essa bagaça. Tem algumas coisas novas, alguns temas inspirados na música indiana e o velho folk deprê. Aproveite!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Devo - Freedom Of Choice


Devo é umas das bandas que eu sempre reouço, vendo algum vídeo, ou pinçando alguma música por aí. Realmente nunca parei para ouvir um disco inteiro (mesmo que já tivesse a discografia), é bem fácil escolher o álbum que vale uma avaliação mais profunda (depois de ouvir eles), os outros são legais, tem seus hits, mas não são exatamente um long play completo que segura o ouvinte do inicio ao fim.

O riff seco e um teclado agudo que se aliam ao som pulsante de baixo em “Girl U Want”, além de ter uma letra muito boa e cheia de símbolos (sério extremamente poético de um ponto de vista nerd); A linha de notas nos teclados robóticos de “It's Not Right” é exatamente que o Devo significa para mim, nada além de genial. Sem contar a letra que fala de traição numa forma muito cômica/trágica e um refrão grudento (que depois que uma pessoa me disse, realmente lembra um pouco The Cure); Essa gruda no melão, realmente não tem como fugir dela, das guitarras ao som sintetizado do chicote, “Whip It” é o hit eterno deles; “Snowball” é meio que um proto-electro com uma vibe meio sci-fi envolvendo outra letra de amor com significados alheios; O tom meio de 'vilão de filme preto-e-branco' dos vocais, ás guitarras punks e os teclado ala jornada das estrelas dão o clima de “Ton O' Luv”; “Gates of Steel” é épica nos seus teclado até batida rala de guitarra e baixo que sugam os vocais proféticos para esse núcleo (isso soou estranho); Adoro a simplicidade de “Freedom of Choice”e a a letras sarcástica, de longe umas das minhas preferidas do disco; Outra canção que me atrai pelo minimalismo das partes que se unem, “Cold War” dos teclados com sons estranhos, aos ruídos estridentes de guitarra, baixo simplesmente mangolão, batida reta e um vocal caricato; Emulando uma batida punk aos moldes Devo, “Don't You Know” tem um refrão oitentista que não tem como não se pegar cantando ou batendo o pé ao ritmo; Eu assumo que “That's Pep” só me cativa pelo riff bizarro de baixo a cada verso, a música em si é bem fraquinha e sem muita inspiração, bem cada disco tem seu calcanhar de Aquiles; “Mr. B's Ballroom” não é exatamente boa nem ruim, só que sei lá, é tipo como ter Alzheimer, você ouve e curte ela no contexto do álbum, mas esquece logo em seguida; A sequencia de “Planet Earth” é muito bala, cada lance se junta de forma sublime. A cacofonia dos teclados, a guitarra quase muda ao baixo que sustenta toda estrutura. O vocal esta meio caricato como sempre como é nas faixas mais dramáticas, assim se fecha o disco de forma robótica e sinistramente mórbida.












segunda-feira, 27 de maio de 2013

Círculo de amigos



Engraçado pensar como ás pessoas se afastam, seu melhor amigo de hoje pode ser o conhecido de amanhã, é uma situação mais violenta quando se esta passando aquela fase de sair da roda dos amigos de escola, sabe é difícil lidar com uma situação nova, não se tem mais a rotina que cola todos juntos, ou pelo menos faz se veem de vez em quando.

Obviamente sobra alguns que você ainda mantém uma amizade razoável, mas a mesma esta fadada a afastar/terminar cedo ou tarde, o que incomoda é o sentimento de perda, aquela sensação de que ás coisas nunca não vão ser como antes, sua vida vai tomar novos roteiros e agregar novos personagens, que podem ser legais e tudo mais, mas nunca será a mesma coisa. Você se pegara pensando no passado e vendo como tudo era mais fácil, e quando se tornava difícil ou complicado demais, tinha aquele seu amigo pra toda hora que para lhe dar um conselho ou pelo menos ouvir sua historia, nem sempre com a solução que se espera. Muita desses novos personagens são até mais importantes que seus não tão amigo agora, eles assumiram o time titular, e muita vezes é estranho ter que lidar com esse lado. E conforme se envelhece eles são substituídos bem mais rápido, Não que volta e meia não se faça um amistoso e junto os velhos craques, mas são isso que eles são agora, ecos do passado, rever eles é como ver fantasmas, mas diferentes, é quase que se conhecessem mas teriam que tentar se conhecer de novo, não é exatamente uma tarefa interessante. Me lembro de um episódio do Seinfeld onde se fala que conforme se envelhece não se quer mais se fazer amigos novos, de certa forma é verdade (para mim), não tenho paciência de conhecer ninguém, normalmente são ás pessoas que tentam me conhecer e tolero até me tornar “amigo”, não AMIGO. Óbvio que tem algumas exceções, mas sou babaca de dizer que são bem poucas, a maioria das pessoas para mim vivem num mundo que não me interessa, e cada vez mais me vejo focado nas minhas necessidades sem tempo para eles. Mas mesmo assim eles aparecem e se tornam meu novo nicho de amigos (normalmente situados nos meus empregos e colegas de estudos), onde eu posso fugir por que não tenho nenhum tipo de conexão profunda, então eles morrem em questão de anos, ás vezes meses, e isso é triste, mas ao mesmo tempo não.

Por que depois de refletir você não se prende mais a isso, o guru Lama Padma Samten, fala isso numa das suas lições (?): “Tem pessoas que durante são importantes, e depois não são mais. E a aquelas que não eram tão importantes se tornam por um período”. Eu não falei literalmente o que ele disse mas deu pra captar a mensagem né? Isso que vivemos um ciclo na vida e se apegar a eles é como viver no passado, esperando que os momentos felizes rodem num loop infinito, infelizmente isso não existe, e se existisse seria muito chato, é sentimento amargo, mas o mesmo lhe da forças para encontrar coisas novas ou ás vezes ser forçado a viver coisas novas. Eu queria que houvesse um ponto final para esse dilema, mas não há, apenas meus pensamentos sobre o assunto.

Uma canção que me faz pensar nesse assunto...
Eu sei que é depressivo, mas fazer o que!



Círculo de amigos
Eu, eu sou parte do seu círculo de amigos
E notamos que você não aparece
Eu, eu acho que tudo depende de você
Ficar conosco mas,
Eu larguei de mão, eu desisto,
nada é bom o bastante para mais ninguém,
Parece
Eu larguei de mão, eu desisto,
nada é bom o bastante para mais ninguém,
Parece

E estar sozinha
É a melhor forma de se estar
Quando estou sozinha
É a melhor forma de se estar
Quando estou completamente sozinha é
É a melhor maneira de se estar
Quando estou sozinha
Ninguém mais poderá dizer Adeus

Tudo é temporário de qualquer maneira
Quando as ruas estão molhadas
E as cores escapam para o céu
Mas não sei se isso significa o que somos,
que significa que eu e você
Eu larguei de mão, eu desisto,
nada é bom o bastante para mais ninguém,
Parece
Eu larguei de mão, eu desisto,
nada é bom o bastante para mais ninguém
Parece

E estar sozinha
É a melhor forma de se estar
Quando estou sozinha
É a melhor forma de se estar
Quando estou completamente sozinha
É a melhor maneira de se estar
Quando estou sozinha
Ninguém mais poderá dizer

Eu, eu sou parte do seu círculo de amigos
E notamos que você não aparece

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Whisper Symphony - Rehearsals 2010


01 The Moon Is So Big
02 ?
03 Folk Religious Song
04 All Aliens Speakes In Sounds
05 Love Isn't Mine

All songs and lyrics by André

terça-feira, 14 de maio de 2013

Devitto's Dead - Lost Tracks 08' [2012]


Algumas músicas que recuperei do meu MySpace...

Tem algumas coisas "acousticas" e pesadas. A última faixa é um projeto que gerou um ep, mas que graças a um problema que deu no meu hd em 2008, eu tinha perdido todos materiais que havia gravado nesse ano.

01 - SAD For Flogs
03 - Evelyn
03 - Silly Song
04 - Supernova Sky


All Songs & Lyrics by André.
Except Track 4 by André and Psicofagia.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Devitto's Dead - Devitto's Dead [2013]



Devitto's Dead - Space Themes

Uma pequena peça de 4 movimentos inpirada em ficção cientifica e afins...

Opening/Tales From The Dark Star/Space Lullaby/Echoes Through The Dust





sábado, 16 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Whisper Symphony - Desperado + Demos

Uma ode a depressão gravada com a garganta estourada numa madrugada de domingo.
A ideia era manter a simplicidade de voz e violão, mesmo que haja alguma "dobra" ou outra, se resume a isso.

The Future Is Grey With Pictures Of Insane

Isn't a good day
I face These days
I can't see a thing
Darkness I became

The Future Is Grey
With Pictures Of Insane

Like a corpse without shame
I came through days
I can't hear and say
Faded on my ordinary brain

I need a good day

You're A Saint

Seeds become
a so long
Goodbye
with letters high

See you know
You're a saint
I hope you die
like that

Seeds may come
You come from
mistaken ways
on better days

Love Me, I'm Done

Love me, i'm done
Asking for more
Sweating the sun
Teasing along
Give me warm
Needing hugs
Bleeding hearts
Seem be gone

Reaping My Grace

It is yourself
or somebody else
curse and mistakes
Reaping my grace

I'm trapped on my cell
disguise as a life
crawling on shame
Sleeping through days

Laughing through my mask
You fool me like I fool you
Pretend I'm myself
nobody or some one else

We Never Know

Sis you can go
and sing to his soul
see through this hope
and be what you been done
dreaming cosmic things
waving and fading
Sis you can go
and sing a lovely song

And we never know
the seeds of the hope


We live in cinematic brain
wasting while we change
still and belong
to bleed everything we grow

Take care, take it slow
because we never know

All music and lyrics by André

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Echoes From a Disturbing Dream II


I'm Crying from my throne
With roses that I Can't hold
you leave me alone
I can't sleep like anyone

And I'm Crying from my throne
With roses that I Can't hold
you leave me alone
I can't sleep like anyone

Lyrics and noise by André

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Whisper Symphony - Folk It

Resto das faixas gravadas do álbum, que era para ter sido bem mais coisa, mas não tive paciência para termina-lo totalmente. Então mixei ás faixas prê-terminadas e finalizei a bolacha incompleta. Tem coisas legais...

01 Another Girl - 02 Superman - 03 Call Me Today - 04 Here comes My Boy - 05 Hey Little Cowboy - 06 The Affair Song - 07 Folk Hero Nº1 - 08 Nice Legs Man - 09 - My Ideal Jesus

UkeAttack

Foi uma das últimas gravações que gravei com meu falecido ukulele (deixei ele cair no chão e já eras...), o legal é o som simples que que emana das faixas. Mas vou ser sincero é dificil compor só com esse instrumento (volta e meia usei meia-lua ou um xilofone).

01 - Love's Bite/Marshmallow Skye
02 - My Ideal Jesus

Devitto's Dead - Songs In Open D

Pequenas instrumentais na afinação aberta em ré, na verdade são ás demos de algo que seria maior, mas não tive nem saco e muito menos memoria de lembrar como se tocar elas.

Whisper Symphony - Child's Play

Esse dicos tem algumas coisas legais e bizarras, além de uma cover de uma trilha de desenho animado que sempre gostei e uma das poucas que sei tocar. No mas é um disquinho simpatico, e cada vez vejo que minha praia é voz violão e não guitarra.

Ensaio de alguma data em 2012...

É um ensaio que eu fiz se não me engano com meu novo violão, provavelmente na cozinha de casa de madrugada. Até que canto relativamente bem e erro menos que o normal.

"Sea Song/Fool of the Hat/Lion Man's Church/Happy Face/To The Unknown"

Devildead - Clean Delay Room

Esse disco foi feito quendo adquiri meu pedal de delay, a ideia era meio que simulo a cadeia eco ala Les Paul (não a guitarra, sim o músico e fantastico engenheiro de som). Então tem bastante riffs e loucuras por causa desse efeito. Não é nada uau que sublime, mas ouvin isso seis anos depois até que tem algumas ideias boas, pena que não me lembro como tocar elas. Alias isso vem da minha ideia de upar todo meu "catalogo" no youtube. Agora desempregado talvez eu tenha mais tempo para a tarefa.

Devitto's Dead - You Got The Rest Of The Juice

Aqui esta uma junção de todos meus fracasso de fazer um disco com guitarra em 2012, então de milhões de tentativas sobrou isso. Até tem seus momentos e seus riffs interessantes e suas bizarrices básicas. Mas não sei, me soa tão sem inspiração.

Whisper Symphony - Zen Mind Demos Vol. I

Desde que eu adquiri meu querido violão ala blues da Rozini tenho que admitir que minha técnica deu uma melhoradinha. Esse seria o Zen Min do Whisper, uma ideia de juntar minha musica e meu conceitos de budismo, na na forma literal e sim no ideiais. No momento esse perojeto esta em hiato (se pa em fevereiro eu retorno a ele). Mas de qualquer forma aí esta ás "demos" para se ter uma noção.

Love Nipples Rehearsals

Bem depois de adquirir minha mesa de som de 6 canais, mais um microfone decente, decide grava um emsio básico. E nda mais que o "clássico" do ALulas. Mas foi horrivel, totalmente desprezivel minha interpretação dessas faixas, notas erradas, cantando fora do tom (se é que tinha algum antes...)e totalmente longe do ritmo.
Claro não foi uma total perda de tempo "TGMITS" é uma que eu não erro nem querendo, mas do resto, pasmem! Muito aquêm do que eu esperava.

Echoes From a Disturbing Dream I


Um pequeno poema em inglês, na real é uma letra que esqueci a música. Então resolvi fazer algo bizarro abusando da microfonia que microfone dá.

Even my eyes are grey
Always deny instinct
Leave me beside the stage
Over this time can't stay

Down, down
Over mistakes
She'll be floating on my way
Do season
Season of the times
Real love is a deny

She'll be all the grace
Always deny instinct

Black Finger - Horrible and Ordinary Blues

Black Finger é meu mais novo projeto de blues, ou seja uma tentativa de fazer blues, já por que mal e porcamente toca sem utensílios, imagina com um slide de vidro para fazer uma fuzarca maior! Mas sinceramente eu fiquei encantado vendo o Son House fazer um som sujo e tão lindo em Death Letter, então de certa foma é uma homenagem.
Dedo negro seria quase uma ideia igual a “dedo podre” (Também uma referencia a minha “técnica”), que significa que é um blues insignificante e feito só para mim me divertir mesmo, até por que sei que poucos tem interesse nesse meu Hobby maldito! De qualquer forma esta aí, espero que (os corajosos que ouvirem) gostem. Adíos!




Old Toy Blues
There are places I can't go
Why my mom shouldn't know?
I'm so wasted to pay
A long bad day

Something you used to say
Only God or a play
We need one to be sane
As you could say

It's living in your soul
God I hate rock n' roll
Is too easy to say
I'll be saved

Care Blues
See she come and goes
and believe it all is love
this thing blow in a way
And creep every day

Ready to go Blues
This tension
make my love
extension
of this curse

But I'm
Ready to go

I'm so lost
without hope
I can't trust
soulless cunt

Sad Fingers Blues (Instrumental)

Sorrow Blues
I'm Crying from my throne
With roses that I Can't hold
you leave me alone
I can't sleep like anyone

And I'm Crying from my throne
With roses that I Can't hold
you leave me alone
I can't sleep like anyone

All lyrics and music by André

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Suícidio social

Eu caio da cama, me arrasto através do tapete, bagunçando a sujeira ao meu redor, Olho para o banheiro, relembro meu amigo morto...
Com grande esforço me levanto, vacilante chego a mesa e desabo sobre uma cadeira, minha cabeça esta a mil, visão turva e me sinto como se tivesse não tomado banho há dois anos. Tento visualizar o ambiente: Um lugar sujo, quarto/cozinha e uma banheiro imundo com uma banco e uma forca preparada. Ok, meio incomum mas pode acontecer! Há o velho cinismo...
Acho que adormeci por alguns instantes, tem um ser bem estranho na minha frente, me olha como se eu estivesse na inquisição espanhola, extremamente bem barbeado, cabelo lambido para trás, não exatamente bonito nem feio, veste um terno branco solene, como se estivesse vindo de um funeral. A voz dele é paternal e de alguma forma irônica:

Escute bem,você não pode ficar assim por muito tempo filho, vivendo nesse pardieiro, trasando com essas Jesebeis e se envenenando pela cidade. Isso uma dia vai ter fim.

Eu apenas me limito a resmungar algo sem sentido, parece que algo sugou minhas forças. Mas a figura é mais insistente que operador de tele-marketing e continua:

Eu vejo nos seus olhos sem esperanças e nas suas respostas zombeteiras. Você sempre foi assim filho, sempre arranjando motivos para esconder seus sentimentos e mascará-los com esse sarcasmo de plástico.

Me resumo a sorrir meus dentes amarelados e tentar me manter acordado. Ele parece estar perdendo a paciência comigo. Com tom infantil ele segui:

Sabe, teve épocas que nós poderíamos aceitar essas atitudes, mas o fato de você estar sabotando a sua vida esta passando dos limites, esta destruindo tudo de bom que construímos. E tudo por que? Por que você não estava feliz, apenas isso...
Não adianta sorrir essas perolas para mim rapaz, eu sou seu amigo mais intimo e quando tenho que sair para lhe chamar a razão, algo esta extremamente errado!


Bato a cara na mesa, com uma mão mexo no meu cabelo ensebado e me puxo volta a conversa, cuspo sangue no seu terno impecavelmente limpo e aponto para o banheiro e digo:

Desculpa por não estar a altura de suas expectativas, e agradeço por me lembrar de minhas falhas. Mas se da minha parte só lhe trago desilusão e desgosto. Esteja a vontade ser o primeiro!

Seu rosto cai em suas mãos, derrotado por alguns instantes, tudo parece congelar...
Mas num estouro sinto meu lábios se partirem e flutuo no ar em direção ao chão.

Do resto apenas lapsos (fragmentos), ele chuta minha cadeira, se direciona ao banheiro minusculo e fedido, testa a corda com um puxão forte e com o rosto em pesar eu vejo meus últimos segundos escorrendo através do espelho.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Essa é historia de um herói desconhecido...

Essa é historia de um herói desconhecido, ao qual luta suas batalhas diárias, com o pouco que faz ajuda todos sem julgar, sacrifica seus maiores sonhos, sabe que o bem muitas vezes significa se engasgar com um amargo desgosto pelas pessoas, mas manter a esperanças de dias melhores.

Como todo herói, ele não sabe o quanto suas ações fazem bem ás pessoas, na verdade ele acha que faz só o que qualquer um deveria fazer, se ele é um herói deve ser por que todos teimam em ser vilões, ou apenas espectadores neutros nesse show de horrores que chamamos de vida, num mundo onde o importante é ser esperto, a palavra carácter não tem significado para muitos de nós, onde o “valor” da sua carteira tem mais “valor” que ás pessoas e suas posturas nesse maldito mundo, que talvez seja apenas uma bola podre preste a explodir, talvez seja esse destino que vem ás nossas mentes, por isso esse pensamento de aproveitar tudo, saquear sem peso na consciência, estuprar ideais, ou padrões aos quais são considerados ultrapassados. Não ele não é um “HERÓI”, por que ele ajuda, ou perde por um bem maior, não se corrompe nem por uma facilidade na sua vida, prefere perder um braço a seguir o caminhos dos espertos, por que sabe que esse caminho curto só leva a uma armadilha de carácter e que no final o preço é a sua dignidade.

Então essa foi a historia de um herói desconhecido, alias ele nem existe, esta dentro de todos nós, mesmo os que já se sujaram na lama da corrupção que assombra nossas vidas. Para sair basta apenas uma mudança, mas ela vem de você, e quando você se sentir sozinho nesse mundo sem esperanças, apenas pense nesse herói, que no fundo de todos nós ele existe, apenas esta esperando seu sinal para surgir.