domingo, 14 de julho de 2013

Floodgate - Penalty

Esse disco embalou muito minhas revoltas adolescentes, mas deixa para lá. Floodgate é uma banda desconhecida que lançou só um disco e incrivelmente saiu aqui no Brasil ainda! Filho direto das minhas andanças por sebos de cds. Vou admitir que a capa é horrível, mas quando ouvi a primeira faixa tive que conseguir essa perola e ela me enganou na primeira audição, mas vamos aos poucos.

Abrimos com “Shivering” e sua bateria solta que conduz a riffs pesados e a vocais arrastados ala Alice In Chains, canção cativante que gruda na cabeça; Assim que entra na “Through My Days into My Nights” o clima do disco muda, deixa o grunge de lado e põem som mais metal, deixa os vocais ‘Alices’ para um mais forte; “Before the Line Divides” tem um quê de new metal na introdução que me desagrada um pouco, mas temos bons vocais e uma letra boa até; Outra puro creme de peso, “Those Days” poderia muito bem ser uma faixa de qualquer disco do Pantera, muito bons os riffs, vocais brutais e uma batida que fica martelando no cérebro; Temos uma batida mais corrida em “Till My Soil” que volta um pouco daquela vibe grunge; A balada do disco, “Whole” tem todo aquele lance acústico que vimos em canções do Alice, mas tem algo há mais que faz uma diferença, realmente não sei o que seja mas é foda; Eu não nego que “Second Guesser” me lembra muito Nickelback (sabe a fase boa deles, que se resume praticamente ao primeiro disco) nos primeiros segundos, seria um Nickelback, mas mais injetado de testosterona; Um dos melhores riffs que já ouvi, “Running With Sodden Legs” ainda tem um vocais inspirados que te sugam para cada sessão da música; Bem aí temos duas faixas que são legais, mas parecem meio sem inspiração diante do resto. “Imitation Salvation” tem alguns lances Alices legais, mas não gruda. “Feel You Burn” é bem sei lá, tem um certo humor nos riffs que difere do clima pesado das outras faixas. Ou seja, o disco poderia existir sem essas elas; E finalizamos com a épica, “Black With Sin”. Da intro Sabbathiana aos riffs Panterescos adicionado a vocais poderosos e um final arrastado que Jerry Cantrell aprovaria.

A banda não durou muito, ás vezes eles se reúnem de vez em quando para tocar (há alguns vídeos no youtube), mas ironicamente nunca mais lançou nada, tem algumas faixas pela net, mas creio eu que são sobras, e não são nada demais, mas mesmo assim interessantes.












Bonus

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Jon Brion - Meaninless

Jon Brion é cantor, instrumentista e compositor de trilhas sonoras (ganhou o Oscar por Brilho eterno de uma mente sem lembranças). Também produziu Evan Dando, Elliot Smith, Fiona Apple, Sean Lennon e (até) Kanye West. Mas não vamos nos prender a apenas o currículo do cara, o seu primeiro e (no momento) único disco solo é bem irregular, mas vale uma audição, tanto pelos arranjos quanto pela bela voz.

O néctar se encontra nas seis primeiras faixas, o começo inocente de “Gotta Start Somewhere” com belos ornamentos de violões que se aliam a uma bateria explosiva no refrão e fechando numa catarata sonora no final; A bateria eletrônica de “I Believe She's Lying” ainda me incomoda, mas os vocais, tantos os de apoio são muito bons, tem cacofonia eletrônica que gruda na mente; “Meaningless” é total rock ala 60, emula bastante de The Who e Kinks; Essa é muito John Lennon, “Ruin My Day” tem todo o cinismo e sarcasmo do mesmo, ainda mais com uma instrumental puxada para piano e alguns embelezamentos de cordas; O clima de bar do piano e os vocais que lembra um cruzamento de Harry Nilsson e Beatles em “Walking Through Walls”. Muito bom também a inclusão de outros instrumentos, mas o que predomina é bela melodia das vozes; De longe o destaque do álbum, “Trouble” tem toda melancolia meio Elliot Smith com senso de produção de Jon, liricamente rica e dúbia sem contar os duos de voz a cada versos.

Bem aqui que o álbum dá uma caída, não em questão de qualidade, mas sim de carisma. Mas como posso explicar, para mim a audição de um disco é como uma montanha-russa, o lance da preparação da emoção rumo ao topo, o medo da descida, o alivio de chegar ao final e assim por diante. O que acontece a partir é como se andasse em linha reta, canções muito introspectivas que são legais em seus detalhes, mas não tem o mesmo gancho que ás outras. Dentre elas: “Hook, Line and Sinker” (bons licks de violão e um verso pegajoso), “Dead to the World” (instrumental interessante e vocal semelhante aos trabalhos de Sean Lennon), “Her Ghost” (extremamente estilo Beatles), “Same Mistakes” (outra na linha de Trouble só que apenas voz e violão) e finalizamos com “Voices” (vocais ala Beach Boys com sons costurados em volta dos acordes de piano). Mas mesmo assim, é um bom disco, no formato que para mim parece se impor a um Lp, o tom pop intimista pegajoso no lado a e o lado b bem mais reflexivo, mas para quem curte bons arranjos e composições é uma boa pedida.