domingo, 29 de janeiro de 2017

Silent Hill: Downpour - Depois do Shattered Memories é melhor SH feito por "ocidentais"


Qualquer fã de Silent Hill sabe que depois do The Room, a equipe japonesa se dispersou e a Konami repassou a franquia para produtores ocidentais. Sob o comando do "assassino da série", Tomm Hulett. O cara em si parecia ter boas intenções, mas a arrogancia dele é vista em qualquer entrevistas e nas más decissões que tomou. Mas convenhamos nem tudo foi tiro no pé. Shattered Memories foi um jogo que usou de um senso psicologico bem interessante (mesmo que limitado) contando uma narrativa que que caberia num bom filme de terror psicologico estilo Jacob's Ladder. E mesmos com jogo fracos, temos que assumir que sempre mantiveram a identidade Silent Hill, então poderia ser pior!

Downpour tem todo aquele lance que gostamos: Ruas decadentes, isolamento, suspense, trilha sonora marcante, historias macabras e sussurros/gritos no escuro.

Graficamente não é "uau", mas também não é ps2 e os efeitos da nevoa/chuva/iluminação são bem legais. Infelizmente tem framerate pra caramba, incomoda pacas e faz a gente ficar meio desorientado em alguns momentos.
Os cenarios são exatamente o que se espera de uma cidade fantasma, praticamente tudo em ruina e sujo. de vez em quando temos alguns lugares diferentes como uma caverna, a prisão e o outro mundo. Mas no geral ficamos na cidade, é uma pena ter muito ctrlC+ctrlV de objetos e ambientes, nada que sangre os olhos, mas é perceptivel.

A dublagem é boa, mas a expressão facial é praticamente nula, em alguns momentos são quase hilarias. A trilha sonora tem temas muito bons e com ar depré que te deixa pra baixo o tempo todo. Não tem o timbre experimental como ás musicas de Akira Yamaoka, mas tem um tom mais rustico com instrumentação mais acustica e intimista. Alias diria que o som tem um impacto importante no jogo. Muitos dos sustos vem dos "jump scares" que infernizam a nossa vida o tempo todo. Alguns legais e outros que são apelões na cara dura: Tipo num corredor, do nada uma Screamer se materializa e pula nas tuas costas ou cai alguma coisa. Ok, assusta, mas tem momentos que cansa um pouco, ao mesmo tempo te deixa a espreita por que o perigo pode surgir do nada, então no geral é uma coisa boa.

O combate que foi amplamente criticado, pra mim não achei ruim, é bem similar aos primeiros Dead Rising, tem seus problemas, mas no geral é funcional. Igual a Dead Rising temos armas degradaveis e é um saco! Certas "armas" como abajures e cadeiras se arrebentarem com facilidade é compreensivel, mas um pé de cabra é forçar a barra. Falando em armas, temos o gancho, caso queira acessar certas areas cuide bem dele, por que se quebra-lo, o Murphy não "alcança" escadas e raramente vai ter um por perto. Outra coisa chata é a limitação em alguns lugares, Murphy não pula alguns cavalete, mas outros ele pula sem problemas!? Não pula precipicios, tudo bem... mas não caminhar por uma rachadura no chão de 30 centimetros?!

Como de praxe em Silent Hill, o que os ocidentais tem pecado é sempre nos monstros que dificilmente conseguem fazer algo inconico como os niponicos (olha até rimou!). Todos são bem sem graça e não dão medo ou repulsa, apenas estao ali. E a pior calunia que poderiam ter inventado... Eles bloqueiam seus ataques! Não tem sentido, por que um monstro onde o unico proposito é matar, por que ele se defenderia? É UM MONSTRO! Tem o Void que faz a sessão de perseguições ocasionais, é legal e da uma tensão, mas não tem a mesma eficiencia que em Shattered Memories e seus monstros taradões. Um detalhe interessante que curte no jogo, dependendo de quantos monstros você mata, eles começam a fugir de ti e notasse eles com medo do Murphy.

Outra coisa que é boa, mas ao mesmo tempo nem tanto, ás missões secundarias. A grande maioria requer muito tempo perdido pra pouca recompensa e são legalzinhas. Tem duas que vale fazer: uma no esgoto que tem um momento ala Edgar Allan Poe e outra presenciamos um assassinato de trás pra frente. Mas na real são ás unicas realmente memoraveis. A real recompensa de explorar vem de encher o diario de fatos macabros, alguns bem pesados.

A dificuldade do jogo é bem fraquinha, na real só precisasse de persistencia e coração forte pra ir em frente (só os saves aleatorios que incomodam). Se quiser ficar de boa deixa o combate no fácil por que os monstros são apelões e sem misericordia. Os quebra-cabecas, eu achei meio confusos. Uns são tão faceis que tu se sente um idiota, outros não são dificeis, mas complicados e sem logica. Com exceção da peça de teatro no orfanato, esse me deixou impressionado como podemos fazer uma cena tomar vida juntando os elementos de cenarios, iluminação e som.

Para mim é o segundo melhor Silent Hill feito na gestão Tomm Hulett, consegui ter suspense e terror, mesmo com seus deslizes. Mais que obrigatorio pra qualquer fã da saga. Na real fiquei triste de pensar que talvez demore um bom tempo pra termos outro Silent Hill, ainda mais com a Konami cada vez mais se encaminhando pra outros setores e deixando o de games de lado.



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